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sábado, 14 de março de 2009

Mal de Alzheimer: um assunto que mexe comigo...


"Acabo de chegar de mais uma visita que fiz ao meu avô. E infelizmente, retorno para casa com as mesmas sensações de sempre: impotência diante do seu quadro de saúde, tristeza por ver que ele não se recorda de nada, nem ninguém, pela incapacidade que essa doença causa em seu corpo, impedindo-o totalmente a desempenhar qualquer atividade que seja, das mais simples as mais complexas.
É como se realmente tudo tivesse deletado de sua mente. História de vida, esposa, filhos, netos. Não existe praticamente mais nada. Restaram apenas alguns casos em sua lembrança, casos estes que ele conta e reconta insistentemente por várias vezes.
Voltou a ser um neném: toma banho se alguém der, come se alguém o alimentar, troca de lugar se alguém o encaminhar, caso contrário pode ficar horas e mais horas em um mesmo lugar sozinho e estático.

Meu avô sempre foi um homem rude, diria até bruto. De padrões conservadores e severos, acreditava que demonstrar carinho era sinal de fraqueza. Casou-se com uma mulher dócil e guerreira, por sinal a melhor mulher que conheci neste mundo e uma das que mais amei: minha avó.
Durante o tempo em que eram casados, a visão que eu tinha era a de que ele não a merecia.
E até o dia em que minha avó faleceu, confesso que ainda mantinha essa visão. Porém, o último pedido dela em vida, foi o de que não o abandonássemos, acontecesse o que fosse, fizesse ele o que fizesse.
Naquele dia então, percebi que de alguma forma aquele homem deveria ter algo de bom, por que realmente ela o amava.
Depois que ela faleceu, ele se tornou menos implacável, mais acessível e diria até, mais carinhoso com todos da família. Queria saber como estávamos, perguntava sobre meus estudos e trabalho.
Não sei se foi o arrependimento por nunca ter dado valor aquela mulher que durante tantos anos esteve ali, ao seu lado,ou se o que ele estava tentando fazer era recuperar o tempo perdido.

Mas não tive muito tempo para desfrutar desse meu 'novo' avô. Apareceu entre nós, o mal de Alzheimer.

De fato, nunca vou saber o que motivou essas mudanças em seu comportamento, mas apesar de tudo isso, pude sentir uma grande emoção ao ouvi-lo dizer ao menos uma vez que sentia muito orgulho de mim e que me amava. E mais grata ainda, por ter podido falar que também o amava
.
Mesmo que hoje ele não se lembre mais de nada, isso ficou em mim e guardo esse momento único com grande carinho.
E estarei com ele até que tudo isso termine, dando carinho, atenção e ouvindo as mesmas histórias que ele conta por muitas e muitas vezes.
Pela vovó, por ele e por mim."


Falando um pouco sobre a doença:

Atualmente, em todo o mundo existem entre 17 e 25 milhões de portadores de Alzheimer, o que representa 70% do conjunto de doenças que afetam a população geriátrica.

O Mal de Alzheimer deteriora algumas regiões do cérebro, que alteram o comportamento físico, mental, a linguagem, entre outros, levando a demência. Ele atinge pessoas a partir dos 50 anos de idade, porém é mais comum depois dos 60. Ainda não se descobriu a cura e também não há um exame específico para detectar o problema. Essa doença prejudica a relação de sociabilização da pessoa, tanto da sociedade com a pessoa e vice-versa, pois o Alzheimer leva ao esquecimento de familiares, hábitos, lugares, entre outros. Com o avanço da doença a pessoa torna-se dependente como um bebê. Segundo a geriatra Regina Quintanilha de Almeida Vasconcelos, que atua na área há 14 anos, o Mal de Alzheimer possui três fases: a fase inicial, a intermediária (que se divide em leve e grave) e a terminal.

*Fase inicial: há somente alguns esquecimentos que não atrapalham a convivência. O doente ainda é independente. Existem dois tipos de esquecimento: o esquecimento de uma pessoa normal e de um portador de Alzheimer. Por exemplo: uma pessoa normal lembra-se que esqueceu um lápis na mesa, já a pessoa que tem Alzheimer não lembra-se que deixou o lápis em cima da mesa.

* Fase intermediária leve: o doente começa a depender de outra pessoa. Nessa fase ainda há momentos de lucidez. Trata-se de uma criança de mais ou menos de 08 anos, pois outra pessoa precisa lembrar de algumas rotinas, como tomar banho, por exemplo.

* Fase intermediária grave: exige um cuidado intenso, porém o doente ainda pode ajudar em suas atividades. Nessa fase, há uma dificuldade maior de socialização e a perda de memória é mais intensa.

* Fase terminal: o doente está completamente dependente de outra pessoa. Nesse momento, ele já está de cama, tem dificuldade em comunicar-se, alimentar-se, higienizar-se, entre outras. Muitos dos portadores não chegam a essa fase, pois morrem antes, devido a outras doenças, como diabetes, hipertensão, câncer, entre outras.

O Mal de Alzheimer é uma doença hereditária. Se existe um caso da doença, pode ser que outra pessoa venha a ter o Alzheimer, isso não significa que outros familiares terão a doença.

Não há prevenção para o Mal de Alzheimer, porém especialistas recomendam exercícios contínuos para o cérebro como leitura, palavras-cruzada, etc. Fique atento a todos os sintomas da doença, pois se for detectada no início, medicamentos poderão minimizar alguns dos sintomas da doença e assim oferecer ao paciente uma melhor qualidade de vida.

Fontes: www.alzheimermed.com.br

www.abcdasaude.com.br e

www.cuidardeidosos.com.br

20 comentários:

  1. Patty,
    Meu ex-vizinho um senhor de 86 anos até então tão ativo e atuante, está com Alzheimer e quando volto onde morei é muito triste vê-lo nesse estado que você descreveu. Mas a família tem apoiado muito e tem dias em que ele está melhor.Pelo que li aqui ele está na fase intermediária leve.
    Força, mas é bom saber que você guarda com carinho o momento precioso que descreveu.
    Beijos Tempestuosos!

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  2. Menina linda sinto muito pelo seu Avô, viu? É importante seu depoimento pois pode nos ajudar a detectar isso em nossa familia. Vc é uma menina especial, sei disso. Tudo chega ao fim, né? E seu Avô está caminhando para o dele. Tem que ter força. O q precisar pode contar comigo. Mesmo distante vc é uma das amigas virtuais que queria conhecê pessoalmente. Talvez pudessemos dar aquele beijo (risos).

    Bjos com ternura.

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  3. meu avô também tem alzheimer, mas segundo os medicos foi descoberto cedo, ele se lembra de todos, mas esquece da memoria recente, de uma coisa que contamos, de uma visita que fizemos, mas continua lucido e me diz sempre que me ama e me agradece, juro isso me mata, ele me agradece por dar carinho para ele... eu o amO demais!

    beijo*

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  4. Olá Patty.
    Estou fazendo a terceira tentativa para deixar um comentário, seu blog não me aceita mesmo.
    Também é difícil comentar sobre algo tão triste e vivênciado.
    Li um livro sobre este assunto: O diário da nossa paixão, de Nickolas Sparks, que embora seja um romance é um relato intenso de uma situação desta doença.
    Deixo um xi de conforto querida.
    Nely.

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  5. Tem 3 novos selinhos para você no meu Blogue.

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  6. É uma doença muito triste...ver quem amamos acabando aos pouquinhos...não deixa de dar carinho pra ele não.

    Força amiga,
    bjos!

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  7. Oi amiga!

    Vc está certíssima, quanto mais conhecermos do assunto mais teremos chances de poder ajudar.

    Estou lendo "A cientista que curou seu próprio cérebro", para tentar entender pessoas que sofrem derrame. Recomendo que leia também, talvez não seja o caso do seu avô, mas mesmo ele não se lembre de nada e de ninguém,
    há programas e arquivos dentro do cérebro dele que não estão danificados, e talvez ele responda a estímulos de carinho, compreensão e amor.

    Que vc tenha as condições necessárias para ajudá-lo nesse momento que é muito delicado e só pode contar com vcs!

    bjs,

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  8. Sinto pelo seu avo, mais o que se pode fazer, a vida e assim mesmo, quando se pensa que tudo vai ficar bem, vem uma doença como esta e nos deixa muito triste. Mas foi bom você ter feito este texto sobre a doença, tem muitas pessoas como eu que nunca tiveram contado com a doença e e sempre bom saber um pouco, quem sabe o futuro nê.
    Abraços do amigo Eduardo Poisl

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  9. Paty querida tem selinho novo p/vc lá na postagem do meu blog,e selinho novo do blog.

    Bjinhos!!

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  10. Patty, li com atenção o relato que faz da doença e do carinho que mostra ter por seu avô.
    Embora ele possa não se lembrar da sua visita, ou até mesmo acabar por não reconhecer seu rosto, continue a dar-lhe toda a atenção que puder, pois a si isso lhe fará bem!
    Com carinho,
    Marie

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  11. é uma doença que depois que foi descoberta só ganhou proporção... não entendo como isso acontece atualmente ainda.

    muita força pro teu avô e pra vocês que o acompanham, viu?
    =]


    www.thiagogaru.blogspot.com

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  12. Princesinha Patty,

    Querida Amiga eu li seu relato sobre o seu querido avô. Infelizmente é uma situação muito delicada e também sofrida pra você e todos da família.
    Sei que é complicado, mas graças a Deus você e sua família estão oferecendo o melhor que existe dentro do eu interior, ou seja, o ‘Amor’.
    Certamente sua avó onde estar, acredito estar muitíssima feliz em ver ‘eu penso assim’ seu querido avô recebendo este eterno carinho seu e de todos seus familiares e amigos... Isso é a presença viva de que o ‘Amor’ pra sempre há de nos fazer enxergar a essência do eu interior de cada ser humano.
    Desejo de coração que seu querido avô seja rapidamente ‘curado’ desta situação que a todos faz sofrer.
    Mas Deus nosso Amado Pai, sempre há de nos apresentar uma saída, ou seja, nada estar definitivamente perdido. Em outras palavras, eu acredito primeiramente em Deus, sem Deus pra mim nada tem valor. Enfim, logicamente esta doença há sim, de ser realmente ‘curada’. E de preferência que seja seu avô, assim desejo também pra todos que sofrem dessa doença, receberam esta tão desejada ‘cura’.
    Deus abençoe você, seu querido avô e todos seus familiares.
    Embora virtualmente, mas aqui estarei pra ajudá-la no que for necessário através deste universo virtual.
    Beijos no coração!
    Carinhosamente, Amiga e fã do seu maravilhoso blog,

    CelyLua.

    ‘Querida Princesinha Patty, deixo aqui este meu pensar pra tua meditação, ok Princesinha?

    “Somos todos os filhos de Deus e como filhos de Deus abençoados infinitamente, nada há, ou seja, é inexistente o pensar que não exista infinitas possibilidades onde Deus não possa atuar e curar”.

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  13. Oi querida, meu pai 84 anos, sofre de alzheimer... eu cuido dele e da minha lindinha que tem 80 anos... Sem palavrassss
    Obrigada por tocar nesse assunto, muita gente ainda é "ignorante" no assunto...

    Amiga, passe no meu espaço que tem uma campanha nova!!! Conto com vc!!! Vc tbm vai gostar e aderir!!! Bjsss

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  14. Interessante a postagem de hoje, mas até hoje não tive um caso na familia, apesar de alguns parentes de amigos terem...

    Fique com Deus, menina Patty M.
    Um abraço.

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  15. è uma doença muito chata , porque mata , quem obsrva , pela dor e por não podermos fazer mais nada :(
    Só resta as visitas e olhar para uma pessoa que um dia soube quem nós eramos.
    mil beijinhos

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  16. Bem , eu posso dizer que sei muito bem o que vc passa, pois meu pai tem essa doença, vai fazer 11 anos , ele sempre foi muito forte, os médicos mesmo não acreditam, nesse tempo todo, ele só ficou internado duas vezes(com essa agora). Sempre cuidamos dele , mas agora está complicado, ele geme muito , grita, é difícil não saber o que ele está sentindo, para podermos ajudar. Meu pai sempre foi vencedor, e agora está em uma cama sem falar,sem andar, sem se alimentar. O que fazer?
    Bem a única coisa que pode ajudá-lo , é dá muito carinho, sei que ele não me entendi, mas acho que no fundo ele me escuta, só sei que quem sofre mais com isso é ele mesmo. Mas tenho fé em Deus e sei que ele fará o melhor para ele. É triste vê quem você ama nas condições que vemos, é uma doença terrível.Por isso digo ame, cada dia da sua vida seu pai e sua mãe, pois depois pode ser tarde.
    Luciana Estima

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  17. Sinto muito por vc e pelo seu avó. Estou passando por essa dor . Minha mãe te alzheimer e descobrir um pouco tarde pois ela sempre sofreu de depressão. estou sofrendo muito pois cuido dela diariamente e sozinha.Tem dias q sinto uma tristeza tão grande q só sinto vontade de chorar outros dias me sinto mais conformada ela usa fralda e precisa da minha ajuda para tudo, fico a disposição dela 24 hs,tem dia q me sinto muito cansada.Gostaria de aceitar isso tudo mais não consigo, estou sofrendo muito.Desculpe, sei que assim não estou te ajudando, mais é q fiquei muito sensibilizada com seu depoimento.`´E muito doloroso ver quem vc ama passar por td isso.Q Deus nos ajude !!!!!!Um abraço carinhoso

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  18. OLÀ A TODOS,MINHA VÓ TEM ALZHEIMER E ESTA NA FASE TERMINAL , JA FOI INTERNADA DUAS VEZES COM PNEUMONIA, HOJE FUI VE-LA POIS JA NÃO ESTA RESPONDENDO NADA QUE FALAMOS COM ELA NEM COM MURMURIOS E AI PERCEBI QUE PARECE QUE ELA JA NÃO ESTA MAIS AQUI FICA OLHANDO PRA UM UNICO LUGAR SEM ESBOÇAR NENHUMA REAÇÃO, ME DOI MUITO VER ALGUEM QUE AMO TANTO QUE SEMPRE FOI UMA PESSOA TÃO BOA NESSA SITUAÇÃO. EU SEMPRE PEDIA A DEUS PRA PROLONGAR A VIDA DELA , MAS HOJE MUDEI ESSE PEDIDO , NÃO SEI SE ESTOU CERTA OU NÃO E NEM SEI COMO SEREI JULGADA, MAS HOJE PEÇO AO MEU BOM DEUS QUE DÊ PAZ E DIMINUA A DOR DA MINHA VÓ E NÃO PROLONGUE ESTE SOFRIMENTO DELA POR TANTO TEMPO!!PAZ A TODOS.

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  19. Minha mãe é portadora de alzheimer,já está acamadada, dependente de tudo.Nâo é facil ve-la assim. Mas sempre peço a DEUS que me ajude a cuidar dela com todo carinho até o fim.Sei que vou sentir muito quando ela for embora

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  20. Meu pai está na fase terminal de alzheimer, faz oito dias que ele não se alimenta, está muito debilitado, não consigo entender como ainda está vivo. Rezo para que Deus de o descanço a ele. É muito triste ver quem amamos sofrendo tanto.

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Sou todas as renúncias que a vida me impôs...e todos os sacrifícios que o amor me implorou...

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Pequenos momentos mudam grandes rotas.

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