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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Eu sou criança...


Eu sou criança. E vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar amores. O simples me faz rir, o complicado me aborrece. O mundo pra mim é grande, não entendo como moro em um planeta que gira sem parar, nem como funciona um fax. Verdade seja dita: entender, eu entendo. Mas não faz diferença, os dias passam rápido demais, existe a tal gravidade, papéis entram e saem de máquinas, ninguém sabe ao certo quem descobriu a cor. (Têm coisas que não precisam ser explicadas. Pelo menos não para mim). Tenho um coração maior do que eu, nunca sei minha altura, tenho o tamanho de um sonho. E o sonho escreve a minha vida que às vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama (pra descansar a alma e dormir sossegada).


Coragem eu tenho um monte. Mas medo eu tenho poucos...

Tenho medo de Jornal Nacional, de lagartixa branca, de maionese vencida, tenho medo das pessoas, tenho medo de mim. Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos dormem e acordam, nunca sei a hora certa. Mas uma coisa eu digo: eu não paro. Perco o rumo, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei onde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou. Sempre me pergunto quanto falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre questiono se você está feliz, se eu estou bonita, se eu vou ganhar estrelinha, se eu posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim. Não gosto de meias – palavras, de gente morna, nem de amar em silêncio. Aprendi que palavra é igual oração: tem que ser inteira senão perde a força. E força não há de faltar porque – aqui dentro – eu carrego o meu mundo. Sou menina levada, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu… Escrevo escondido, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. E eu amo. Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. Quer me entender? Não precisa. Quer me fazer feliz? Me dê um chocolate, um bilhete, uma mentira bonita pra me fazer sonhar. Não importa. Todo dia é dia de ser criança e criança não liga pra preço, pra laço de fita e cartão com relevo. Criança gosta mesmo é de beijo, abraço e surpresa!

(E eu – como boa criança que sou – quero mais é rasgar o pacote!)

__________________ Fernanda Mello


5 comentários:

  1. Lindooooooo!!!
    Bom mesmo é ser criança. A vida é muito pequena para viver preocupado com tudo, o que vale é viver intensamente cada momento de alegria.

    E eu já bati a cara na porta, literalmente, dói muito, viu?! >.< ainn...


    Tenha um ótimo final de semana, Patty.
    :)

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  2. Ser criança é uma delícia, pena que a infância passa rápido e nós somos 'lentos' de não conseguir crescer junto com o tempo.
    Adorei seu post!

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  3. Além da bela postagem, amei a foto!!
    realmente ser amado é tudOOO!
    bjuss! respondi seu comentárioo lá tah! bye

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  4. Bonito o post, mas te garanto que é bem melhor manter a nossa criança interior viva, isto sempre dá mais beneficios...

    Fique com Deus, menina Patty M.
    Um abraço.

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  5. Lindo o post!
    Bater a cara na porta,ralar o joelho e entre
    outras de criança é o que eu mais faço!inclusive assistir desenho animado!

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Sou todas as renúncias que a vida me impôs...e todos os sacrifícios que o amor me implorou...

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Pequenos momentos mudam grandes rotas.

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