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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

História...


"A história que está sendo contada, cada um a transforma em outra, na história que quiser.
Escolha, entre todas elas, aquela que seu coração mais gostar, e persiga-a até o fim do mundo.
Mesmo que ninguém compreenda, como se fosse um combate.
Um bom combate, o melhor de todos, o único que realmente vale a pena."

Caio Fernando Abreu

8 comentários:

  1. Nossa história só depende nóis mesmos,de nossas atitudes,de como encaramos a vida e o que ela nos apresenta.
    Gostei do sei breve texto.

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  2. Patty
    Estou escrevendo uma outra história paralela a q vivo. Não é uma boa história nao, é triste, de uma certa forma desonesta e com certeza não terá final feliz...

    Bjinhos
    Saudades daqui...
    Mah

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  3. E você menina, anda fazendo o melhor combate?

    Espero que sim.

    Fique com Deus, menina Patty M.
    Um abraço.

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  4. Qualquer uma pode ser a nossa historia...

    Beijinhos

    Abraço-te

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  5. Pensamos demasiadamente
    Sentimos muito pouco
    Necessitamos mais de humildade
    Que de máquinas.
    Mais de bondade e ternura
    Que de inteligência.
    Sem isso,
    A vida se tornará violenta e
    Tudo se perderá.
    (Charles Chaplin)

    Hoje passando para desejar um final de semana com muito amor e carinho.
    Abraços do amigo Eduardo Poisl.

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  6. O livro da nossa vida, somos nós quem escrevemos, com o coração...a razão é usada para outras coisas, rss
    beijão, otimo final de semana

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  7. Aurora acordou em sobressalto. Soergueu-se na cama, apoiada pelos cotovelos e assim permaneceu, atenta aos pequenos ruídos da manhã que lhe entravam pela janela. Nada de anormal – pensou – o mesmo chilrear dos pássaros, o mesmo abanar das folhas das árvores, os assobios dos jardineiros... até um galo mais tardio que ainda teimava em anunciar o nascer do dia, já o sol subia no horizonte do castelo.
    Levantou-se e arranjou-se sem pressas, seguindo a rotina igual de todos os dias. A única diferença era... que aquele dia não era um dia igual a todos os outros.

    Aurora, a princesa Aurora, celebrava naquele dia o seu décimo sétimo aniversário. No castelo, uma multidão de servos apressados corria de um lado para o outro, em preparativos de última hora, antevendo a festa e o baile de gala que o Rei Frederico, o pai de Aurora, fizera anunciar por todo o reino.
    Mas Aurora, apesar da beleza e juventude próprias da idade, não se sentia feliz.
    O dia do seu aniversário, do seu décimo sétimo aniversário há muito que lhe ensombrava os sonhos e as conversas em surdina dos pais, que prontamente interrompiam à sua chegada. Mas era inútil. O destino estava traçado – o seu destino – e quase desde a sua nascença.
    Recordou a história, como a mãe lha contara, por entre lágrimas e abraços apertados; Tudo acontecera por altura do seu baptizado, quando o pai convidara as fadas Flora, Fauna e Primavera, para suas madrinhas. Flora, a fada dos desejos, concedeu à pequena Aurora toda a beleza ... Fauna, a fada da música, bafejara-a com a mais bela voz... e Primavera, a fada da saúde, ia proporcionar-lhe uma vida feliz e risonha, quando a festa foi interrompida pela chegada da fada Maléfica, a fada dos presságios, que o rei Frederico se esquecera de convidar...
    Demasiado tarde... e o feitiço estava lançado. Aurora morreria no dia em que completasse dezassete anos.
    O resto ? Bem... o resto ela já o sabia de cor... a fada Primavera ainda tentara quebrar o feitiço, mas sem efeito... e o melhor que conseguiu fazer foi minorar-lhe o efeito.
    Mas, mesmo assim... Aurora estava irremediávelmente condenada a adormecer profundamente no dia em que completasse dezassete anos, mal picasse a ponta dos dedos na ponta afiada do fuso de uma roca... e com ela, todos adormeceriam no castelo, até à chegada de um misterioso viajante que talvez... conseguisse quebrar o terrível feitiço.
    Aurora não se sentia, portanto, particularmente feliz com aquela data de aniversário- pelo contrário, sentia-se revoltada. Não lhe parecia justo sofrer as consequências por algo que não fizera, por algo de que não era responsável... e, ainda por cima, por algo tão mesquinho como receber um feitiço porque uma fada se aborreceu por não ter sido convidada para uma festa de baptizado... não, tudo aquilo era demais...

    Depois da primeira refeição, percorreu os jardins, meditativa, evitando a companhia das aias. Alimentou os cisnes do lago, colheu algumas flores para as jarras do seu quarto e voltou ao castelo, cabisbaixa.
    Mal atravessou o salão das audiências, reparou que a porta da torre norte se encontrava entreaberta.
    - Estranho... – murmurou – o pai que sempre insiste para que esta porta nunca seja aberta, seja porque motivo for...
    Espreitou. Ninguém.
    Uma corrente de ar frio descia os degraus de pedra, das escadas em caracol da velha torre. Deu consigo a pensar que, provavelmente, aquele seria o único recanto do castelo que não conhecia, e pelo motivo daquela porta se encontrar sempre fechada.
    - Já agora... é só espreitar, antes de fechar a porta...

    (continua...)

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  8. (...continuação)

    Subiu vagarosamente os degraus, prestando atenção a todos os pormenores.
    A escada terminava numa pequena sala, igual à de todas as outras torres do castelo; uma sala de tectos baixos, com uma janela em cada uma das paredes, onde habitualmente via os guardas de vigia às redondezas do castelo... em todas as torres, excepto naquela.
    A outra diferença... e essa só agora a podia observar, residia na figura de avançada idade, sentada num banco de madeira, a fiar junto de uma roca de madeira já bastante velha, quase tão velha como ela.
    - Minha princesa... – e a velha baixou a cabeça, numa vénia prolongada... – que prazer me dá a sua visita...
    Aurora estranhou a presença da anciã naquele recôndito local. Porque não se encontrava ela junto de todas as outras costureiras, ou até mesmo nas cozinhas do castelo, onde habitualmente se agrupavam todas, para tagaralear ?
    - A minha princesa também quer experimentar ? – e estendeu-lhe o fuso para as mãos.
    Aurora recebeu o pequeno objecto afiado e ficou a olhar para ele. Sentiu que a sua memória lhe queria recordar algo, apesar de não fazer a mínima ideia do que fosse.
    Por instantes, imagens de um futuro ainda por acontecer passaram-lhe diante dos olhos ... e não conseguiu compreender tudo o que observava. Reviu-se deitada, os pais chorando, sentiu que sonhava, um sonho em que não podia controlar nem os próprios movimentos...

    Com um movimento repentino, atirou o fuso ao chão.
    - Não – gritou, alarmada – Não quero, não quero.
    A velha fiadeira ergueu-se, revelando-se mais ágil e menos idosa do que aparentara.
    - Princesa Aurora... é o teu destino...
    Aurora cerrou os punhos. Um lampejo de memória recordou-lhe algo que tardava em aparecer, à luz dos olhos.

    - Não... Não é o meu destino, velha bruxa. O meu destino... ainda não está escrito...
    E num repente, empurrou a velha vestida de negra pela janela aberta da torre. Com um grito estridente, a anciã despenhou-se no vazio, enquanto Aurora, ainda a tremer, a observava, segurando-se à amurada de madeira.

    - Não, velha bruxa... – repetiu de novo, em voz baixa – o meu destino... sou eu que o vou escrever... sou eu...

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Sou todas as renúncias que a vida me impôs...e todos os sacrifícios que o amor me implorou...

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Pequenos momentos mudam grandes rotas.

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